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21 de junho de 2012

Palavras soltas

Sabe o que é realmente triste?
    Tentar escrever algo e não conseguir. Mas, não é que você não tenha o que escrever ou que você não esteja sentindo algo ou que você esteja muito ocupada. O que acontece é que as palavras simplesmente não querem sair. É. Às vezes eu acho que de tanto ter que escrever redações, minha capacidade de escrever vai se esvairindo sutilmente.
    As palavras se prendem dentro de algua caixinha e gritam socorro para não saírem. E a criatvidade resolve me abandonar em um dos momentos mais críticos.
    Mas é aí que você encasqueta que quer, que precisa escrever. E acaba, enfim, desistindo de fazer algo descente para no final acabar escrevendo um pequeno excerto sobre a incapacidade de escrita.
    Até o sono quase te dominar na aula de matemática.


17 de junho de 2012

World Of Chances

  " You've got a face for smile, you know...

A shame you waste it when you're breaking me slowly"


   Ela ouvia o som do violão ecoar pelo local quase vazio sem a certeza de que seriam mesmo seus dedos os responsáveis pelo barulho. Percebia as palavras saírem de seus lábios automaticamente, chegou um momento em que ela não sabia se somente movia a boca adormecida sem pronunciar algo ou se a voz, mesmo que custasse, ainda libertava-se de sua garganta. Ela sentia tudo o que lhe vinha à mente. A canção era sentida tão intensamente por uma mente distante e quebrada. Nada estava em ordem. Sentia que estava caindo. Rápido. Rápido demais. Porém, mantinha a sensação de que estaria dizendo tudo o que gostaria a quem merecia ouvir. Os olhos estavam fechados, falando que precisavam ser identificados e salvos. Sua última opção seria implorrar para que parassem. Implorar por ajuda. Porém, não ousava tirar aquele sorriso melancólico e doentio do rosto. Pelo amor de Deus, por que não se rendia logo de uma vez? Por que não contava a todos, livra-se desse peso? A menina sorriso ainda tinha uma plateia composta por todos aqueles que lhe carregaram àquele estado. Não. Seria injusto culpá-los. Sentia tudo tão intensamente. Ela era a culpada, por que tentar incriminar quem tentava lhe dizer a verdade? As pessoas são tão más. Inútil. Algumas vez na vida ela teria de fazer algo direito. O tempo findava. Esta seria uma noite de eclipses. A lua estava começando a desaparecer. A música estava acabando. Os últimos agudos e notas mais prolongadas emocionavam seu pequeno público. Sorriu, pela primeira vez, sinceramente. Impaciente, desceu do palco improvisado, fechando a capa de violão onde o guardava. Dessa vez, não preocupou-se e sentar em um canto. Preferiu não lutar mais, estava cansada, além disso, sentir o rosto sendo molhado por lágrimas teria algum benefício. Talvez. A lua estava pela metade, não tinha mais a intensão de iluminar a Terra. Ouvia ainda a melodia recém tocada balançar a mente. Passou os dedos por sua pele na tentativa de retirar a água já seca em seu rosto. Uma tentativa correta era tudo de que precisava no momento. A dor era forte. A agonia onipresente e... Deus, quanto desespero! Ela achava ter visto um semblante de uma nova estrela brilhar no céu, uma nova rachadura na calçada. Não sabia ao certo. O portão pesado de metal bateu feroz no batente escuro manchado com tinta branca. Era uma estrela linda, pena que ela não percebeu isso antes. Antes que fosse tarde demais. Antes que a decisão estivesse tomada. Antes que a escuridão estivesse a dominado por completo. Para sempre. A lua havia sumido por completo.

"I'm going my own way,
My faith has lost it's strenght again..."



"Maybe you'll call me someday...
Hear the operator say the number's no good and that she

She had a world of chance for you..."