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27 de junho de 2011

Minha dança favorita

 Sozinha naquela sala.Meus únicos companheiros eram o espelho, a luz e a música. Esta última embalava-me em desvaneios enquanto ensaiava alguns passos. A lua cheia, que nascia sob o teto de vidro do salão, agraciava-me com seu brilho. O céu totalmente estrelado fazia com que eu me sentisse em um sonho.
  Estava cansada. Já estava a dançar ballet há horas. Entregando-me totalmente à noite, dedicava-me ao ensaio para a presentação, que seria dali a dois dias. Sentada neste banco, suspirava e levantava para aumentar infimamente o som e sentar novamente. Não que eu não soubesse os passos, ao contrário, creio que o que realmente preocupava-me era a horrível sensação dos olhares curiosos e esperançosos da plateia.
  Acho que estava tão perdida em meus medos que nem reparei quando eke entrou na sala e sentou ao meu lado. Confesso que assustei-me ao perceber sua presença. E ele, deu aquele maravilhoso sorriso, abaixando a cabeça e colocando sua mão direita sobre a testa, olhando-me pelo canto de seu olho azul, tirando-me de órbita, como sempre.
  - Você precisa passar por um teste de déficit de atenção. Antes de entrar, bati na porta, chamei pelo teu nome e ainda disse 'oi' - disse ele, rindo de minha pequena distração. Suas palavras trouxeramme de volta ao mundo. Elas agiam como a gravidade em minha mente, e o ponto central era ele.
  - Ha, ha, ha. Muito engraçado você, um circo faturaria o triplo se te contratasse como palhaço. Oi.
  Ele ria. Acreditava que eu realmente estava brincando. E estava.
  - Você está linda. - dizia ele enquanto soltava meu encaracolado e comprido cabelo castanho claro, deixando-o cair sobre meus ombros escorregando por minhas costas. - Definitivamente, uma bailarina perfeita. Mas, será que minha bailarina preferida não está cansada e quer uma carona até o restaurante?
  Ele não deve ter percebido, mas me deixava a cada palavra mais encabulada.
  Olhei para o relógio e constatei que eram nove e vinte da noite, como que, por um reflexo, olhei para ele com uma expressão de disconfiança. Ele detalhou, erguendo sua mão direita:
  - Juro que coloco na bandeira 1.
  - Creio que seja melhor outro dia. É mais produtivo deixar o táxi para outra pessoa que esteja mais atrasada para o aeroporto do que eu. Desculpe-me, mas tenho que ensaiar.
  - Talvez o taxista não queira mais ninguém. E, além disso, você está  com uma aparência exausta.
  Ah, legal. O que aconteceu com o 'você está linda'?
  - Ok. Já que você não vai mesmo, eu lhe ajudo com o ensaio.
  De imediato, minha expressão equipou-se novamente com armaduras e escudos, mas depois aliviou-se. Lembrei que ele era obrigado a levar sua irmã para as aulas de ballet durante 9 anos. E, com muita preguiça de voltar à sua casa, ficava assistindo às aulas.
   - Tudo bem. Tive de conceder, ou não voltaria a ensaiar a tempo.
   Ele tirou sua jaqueta e a colocou sobre o banco. Levantou-se e estendeu sua mão para mim, como em um convite, e fomos para o centro do salão, direcionados ao espelho. Posicionei-me: pés entrelaçados, mão posicionadas. Ele abraçou-me por trás, colocando suas mãos sobre as minhas, fazendo o ar escapar.
   - Agora, comece a fazer sua ponta de pé, sem elevar as mãos. - explicou, cochichando em meu ouvido.
   Comecei minha ponta. Ele virou-me de lado, fazendo com que nossos corpos formassem um L. Em seguida, ele inclinou-me delicadamente 35º sobre ser braço direito. Sua mão esquerda tocava meu rosto, acompanhando minhas deliniações, mexendo em meu cabelo, parando em meu queixo, erguendo-o. Seu rosto se aproximava de mim, lentamente. Isso estava me deixando agoniada, com falta de ar, tonta. Finalmente nossos rostos se encontraram. Seus lábios tocavam minha testa, acompanharam a curva de meu nariz, beijando-o na ponta, terminando com um beijinho de esquimó. Depois, eles subiram até meu queixo e subiram. Pararam a meio centímetro dos meus. Senti o frescor de seu suave, encantador e estonteante hálito sobre os meus lábios enquanto ele dizia: 'Você é minha música favorita'. E, de um jeito inimaginável, do jeito mais perfeito possível, beijou-me.

18 de junho de 2011

Não sei mesmo

  Eu não sei.
  Tenho vontade de morrer,
  de sumir, de crescer, mas
  de repente, vem a vontade de viver,
  de sonhar, de cantar, de dançar.
  O que continua roubando minhas forças?
  O que me faz seguir?
  Não sei.
  Podem ir dias, horas ou anos.
  Mas que voltem com a resposta,
  porque Eu ainda não sei.



By: 'Ana Beatriz Rodrigues.<3'

16 de junho de 2011

 O problema vem quando você já não vive mais para si e sim para alguém que nem sabe que você existe...

9 de junho de 2011

  E se eu já não sei qual caminho seguir...
  Vão realmente me obrigar a escolhê-lo?
  Ou posso ir sem rumo, porque sei o que não quero.
  Não quero continuar a sorrir se tenho lágrimas internas.
  Não quero olhar para o passado e acusar o que poderia ter feito.
  Não quero pensar em algo que já ronda minha vida sem permissão.
  Não quero ter que ouvir sermão sobre o que devo ou não fazer, pois se essas vagas palavras fizessem efeito, o mundo seria perfeito.
  Agora, o que quero é descobrir um jeito de não sofrer mais por quem eu não sou, por quem ele quer que eu seja.


6 de junho de 2011

Poderia ser diferente?

  As primeiras palavras são aquelas que definem o rumo da vida, as últimas são aquelas que o delimitam. Se o vento sopra a face da discórdia com delicadeza, ele faz levantar a poeira da conciliação. Talvez não a qual ela desejava, porém a mais sensata. Será?
  O entardecer lhe dava a certeza de um destino obscuro, a falta de luz sobre seus pensamentos a deixava aflita. Cada segundo passava como espinho em suas suaves lembranças. Era pertubador. Como em um filme, cenas lamentáveis de sua vida transpostas em flashes rápidos Alienavam-na. Sentia escorrer sobre sua face algo que julgava ser lágrimas, visto que saiam de seus olhos.
  Com todas as luzes de sua casa apagadas, sentiu-se tentada a ir à cozinha. Foi o que fez. Parada, a frente de seu armário, somente iluminada com o calor do luar ao entardecer, sentiu novamente aquele estranho líquido escorrer sobre suas bochechas. Abriu a gaveta na qual guardava seus talheres mais pesados e delicadamente, pousou a mão sobre tais. Em um especialmente. A viagem dos pais tornara a situação propícia, não haveria outra. O objeto cutuicava-lhe a palma da mão, mas não era suficiente. Aplicou mais força, até sentir a dor que a sufocava emanar por seu sangue.
  Cada lágrima que escorria por seu rosto levava um pouco de sua aflição e abria a porta de boas-vindas para outras. Apesar da cozinha escura, podia ainda ver a vermelhidão de seu armário, antes bege. Já não tinha mais forças, a tontura a atacava com fulgacidade. Aos prantos, finalmente sentia-se feliz. A dor já não era tanta.
  Agarrou sua aliviadora e escorregou pelo armário, até sentar-se no chão.
  Sem chorar, cortava algo em seu braço. Risos. Sentia-se bem. Levou a faca até o pescoço. Próximo passo. Alívio permanente ou pertubações eminentes.
  Conforme sentia a faca roçar sua pele, de olhos fechados, podia ver os olhos espantados de curiosos ao lerem a manchete da manhã seguinte e dizerem: 'menina doida, tinha tudo que qualquer um poderia querer'. A resposta que desejava oferecer-lhes: 'Quantas pessoas conseguem olhar em seus olhos e dizer: "Eu sei que você não está bem."'. Por fim, ela finalmente conhecia a verdadeira alegria interminável da qual tanto ouvira falar por toda sua vida agora a possuia de maneira inexplicável. Os cortes não a machucavam mais.
  A noite caia. A lua emergia de algum lugar. Não importava. Horas corriam por entre os ponteiros vagarosos. Corriam tanto que o sol voltava a brilhar no céu triste, nublado.
  Os pais da menina chegaram há pouco da viagem. Ainda batem na porta, sem resposta...

3 de junho de 2011

Sing to My Life

  Entre outras maneiras que temos de expressar, aliviar, fortalecer ou enriquecer um sentimento, de dizer ou calar pessoas e pelavars, a música parece brilhar. É como se a música fosse uma estrela, com luz própria, que serve como guia ou tentação, que, por mais que o céu esteja escuro, sempre há uma para brilhar e lembrá-lo de que amanhã sera outro dia...
 Assim como o céu, as canções também têm suas 'fases'. São compostas de músicas que traduzem o ininteligível. São momentos em que falamos sem palavras.
  Suas fases? Podem ser:

  • A indecisão de quem você é, para saber quem você será. Alivia a dor, a chamada crise existencial:
" Everything I do
Is making me more confused
Oh, it used to be easy
All I had to be was me
Now I'm mixed up
Everywhere I go
Is somewhere that I don't know
Oh, I'm hoping that I'm dreaming
'Cause I'm sick of this feeling
I'm mixed up
Somebody help me"
Hannah Montana (Miley Cyrus) - Mixed Up

  • O amor desiludido, um sentimento que não cura. Afinal, você não pode parar de amar...
"Tell me what to do about you
Is there any way, anything
I can say won't break us it two
Cuz It's been a long time coming
I can stop loving you
Tell me what to do about you "
Demi Lovato - What To Do

  • A 'superlotação' de confusão. Um belo BASTA, e tudo acaba.
"Pretty pretty please
Don't you ever ever feel
Like you're less than fucking perfect
Pretty pretty please
If you ever ever feel
Like you're nothing
You're fucking perfect to me"
 P!nk - Fuckin' Perfect

  • A valorização de quem se ama, perto ou longe, amigo ou pai, irmão ou um amor mais forte...

"My wish for you is that this life becomes all that you want it,
To your dreams stay big and your worries stay small,
You never need to carry more than you can hold.
And while you're out there getting where you're getting to,
I hope you know somebody loves you
And wants the same things too,
Yeah, this is my wish."
Rascall Flatts - My Wish
 
 
Então, ao fim, você estará completo, e em seus céus as constelações mais lindas voltarão a brilhar...